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Por Marcelo Moura // Fotos: Divulgação // Gráficos: PPG
Em um relatório divulgado recentemente, a BASF, empresa alemã do ramo químico, afirma que o verde será a cor do futuro para os carros em todo o mundo. Porém, basta uma rápida olhada pela janela para achar que esse futuro parece estar bem distante do Brasil. Por aqui, o predomínio ainda é total do velho e bem conhecido quarteto: preto, prata, cinza e, mais recentemente, o branco.
“De 2000 até 2005 houve uma proliferação do prata. Depois disso, até 2010 foi a vez do preto. Nos últimos anos a cor com maior crescimento foi o branco”,  explica Alex Lair Amorim, Gerente de Cores do Laboratório P&D Automotivo da PPG, uma das maiores indústrias no mundo e que atua em diversas áreas, inclusive na fabricação de tintas automotivas. A PPG faz suas próprias pesquisas por continente e não por país, por questões de tendência.
Sim, o tema é polêmico e extremamente pessoal. Afinal, gosto é gosto e não se discute. Mas a proliferação pelas ruas de modelos com cores alternativas nos últimos anos, ainda que um pouco discreta,mostram que o público brasileiro está sim de braços abertos para acolher novas experiências. O Fiat Uno e sua excentricidade é um exemplo, o Volkswagen Gol Rallye e seu amarelo, é outro. 
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Mas então porque as cores tradicionais ainda predominam?  Podemos dizer que tanto consumidor quanto fabricante tem sua parcela de “culpa”. Um mito bem antigo colabora com isso. “As pessoas ainda se preocupam com o valor de revenda do carro”, afirma Cristina Belatto, Gerente de Design da GM. Além disso, de acordo com Marília Biill, Supervisora de Color&Trim da Volkswagen, algumas cores como o próprio verde ainda sofrem com a antiga rejeição do consumidor. Já Alex Amorim, da PPG,  explica que o fato da montadora oferecer grande disponibilidade de cores no seu catálogo, mas não disponibilizá-lo na concessionária acaba desencorajando o cliente a levar um modelo diferente.
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Mesmo assim, para felicidade dos mais ecléticos a tendência é que o futuroautomobilístico seja um pouco mais colorido. De acordo com Isabella Vianna, Chief Designer Color & Trim da Fiat, já é possível ver “mais cores de efeito e tonalidades marcantes no mercado”. Entre as maiores mudanças, a designer da GM afirma que a tendência é as pessoas migrarem do prata para as outras cores. O branco deve ser outro que deve perder espaço. Apesar de ser a cor do momento e de maior crescimento, a designer da Volks afirma que essa “fase” irá durar, no máximo, mais um ano ou um ano e meio.
Gráfico América do Sul
Então se o cenário é de mudanças, é hora de fazer as apostas. Que cores devem emplacar por aqui nos próximos anos? Através de várias pesquisas e análises, as montadoras já conseguem ter um panorama do que vem por aí. Para Cristina Belatto, da GM, a tendência das cores é um fenômeno cíclico, portanto o verde, que já teve seus momentos de protagonismo no passado, deve retornar nos próximos anos, assim como o azul. Além disso, Belatto aposta em um bom crescimento do turquesa, resultado da mistura entre essas duas cores.
pinturaMarília Biill, da Volkswagen, segue a mesma linha e afirma que “o verde deve crescer e o azul, principalmente em tons mais escuros, chega muito forte no mercado.” Já segundo as pesquisas da PPG, que são feitas por continente, as cores acromáticas (cores chamadas neutras como branco, preto, cinza) devem continuar firme até 2015. A partir disso, a expectativa é que o vermelho e suas variações tenham um ótimo crescimento não só no Brasil, como em toda a América do Sul já que as tendências são semelhantes.
Portanto, a projeção das empresas é de que o Brasil finalmente entre na onda das novas cores, que há um bom tempo já faz sucesso na Europa e nos Estados Unidos (como mostra o gráfico comparativo). Em cidades cada vez mais cinzas, carros mais vibrantes seriam como um oásis em meio ao deserto, nesse caso, escasso de ideias.